JUSTIFICATIVA

​Quem sou eu? O que faço aqui? De onde venho e para onde vou?. Ainda hoje buscamos respostas para essas perguntas existenciais. Sentimos que há algo maior, espiritual, que habita em nós, e queremos encontrar um caminho para esse mistério que culminará com nossa morte física.

A psicologia junguiana nos apresenta um método, por meio do qual podemos responder à pergunta central do “Conhece-te a ti mesmo”. Esse método psicológico de Jung significa tornar-se familiar, abrir-se e ouvir, isto é, conhecer e discernir a nossa subjetividade. Isso implica em um olhar mais aprimorado para o ser humano em suas dimensões bio-psico-sócio-espiritual.

Assim, entendemos que o adoecimento humano e todos os sintomas físicos são também meios que a natureza psíquica utiliza para revelar a nossa consciência dividida neuroticamente.

O crescimento criativo de trabalhar simbolicamente com o indivíduo, característica central da psicologia junguiana, não é esclarecer o que o paciente “tem” e como sua “doença” deve ser tratada. O poder esclarecedor de submeter o outro a uma classificação de doença é também um perigo de submeter o humano a pontos de vista inflexíveis.

O olhar metafórico nos insere no “ver como”, ou “enxergar através”, descrevendo, portanto, um movimento que permite ver além, enxergar além do factual, e impossibilitando o trabalho reiterado de liberalização dos sentidos na forma daquilo que conhecemos. A força ou especificidade da metáfora reside na sua relação com o sentido, o que provoca seu descolamento de formulações preconcebidas e forma, de maneira virtualmente inesgotável, novas ligações.

Quando o sujeito em análise se confronta com a doença e seus sintomas, na busca do conhecimento de si mesmo, progressivamente acontece uma transformação e uma nova ordem se impõe. Dessa forma nasce um novo mundo, o da vida interior, com sua existência própria. Aparece um novo sentido de vida. Adquire flexibilidade de relacionamento humano e da capacidade de doação, onde os critérios técnicos são substituídos pela força de ligação afetiva em busca da cura.