O adoecimento humano e todos os sintomas físicos são meios pelos quais a natureza psíquica utiliza para revelar à nossa consciência informações não integradas. As hipóteses desse modelo podem, portanto, ser resumidas da seguinte maneira:

– A doença orgânica não é só um desconforto que precisa ser suprimido, mas uma informação que precisa ser escutada e assimilada, tendo finalidades e significados não aleatórios;
– Esse significado, em alguns casos, é um símbolo ou uma resposta sensório-motora que ficou interrompida ou incompleta;
– A compreensão e a integração do símbolo ou da resposta sensório-motora interrompida na consciência levam a uma melhora no quadro de saúde geral do paciente.
– Para isso é fundamental aprender a relembrar ou ‘remembrar’ as emoções e sensações que estão associadas a cada sintoma, incluindo a análise simbólica do órgão, do sistema, da função ou do tecido doente, e as consequências deste quadro clinico, tanto no que o indivíduo deixou de fazer, quanto no que ele passou a fazer, além de uma enorme gama de análises que podem surgir, contribuindo para que a ferida secreta venha à tona.

Quando o sujeito em psicoterapia vai sendo confrontado com a doença e seus sintomas, vão aparecendo suas dificuldades nas relações humanas e suas problemáticas pessoais, desencadeando assim emoções, tensões, comportamentos disfuncionais, padrões fisiológicos, relacionais, fantasias, sonhos, memórias, anseios, movimento…. Queremos então ajudá-lo a se tornar mais confiante sobre o fluxo da vida e seus percalços, e menos controlador sobre sua natureza imponderável e indomável, estando assim mais disponível para o diálogo entre a consciência e o inconsciente simbólico e somático, favorecendo uma nova dimensão da vida: novas significações e simbolizações, sustentadas por uma nova neurobiologia. Nessa busca do conhecimento de si mesmo, progressivamente acontece uma transformação e uma nova ordem se impõe. Dessa forma nasce um novo mundo, o da vida interior, com sua existência própria. Aparece um novo sentido de vida onde se aprende que quando surge qualquer tipo de sintoma, antes de eliminá-lo, deveremos reconhecê-lo e transformá-lo em um guia para o autoconhecimento.